Por que devemos rezar o Rosário?

Por que devemos rezar o Rosário? Mais razões, para uma piedade profunda.
Santo Rosário

“Por que devemos rezar o Rosário?” Essa pergunta certamente já assaltou a mente de muitos leitores.

Evidentemente, temos como argumento de autoridade o pedido insistente de Nossa Senhora em Fátima: “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz”.

Entretanto, como “o espírito está pronto, mas a carne é fraca”, vale a pena nos aprofundarmos nas razões para praticar essa devoção. Uma piedade bem formada, assentada em bases sólidas, é capaz de resistir às provações que nos assaltam ao longo da vida.

Oferecemos a nossos leitores, em tradução livre, trechos do testemunho de um autor norte-americano, publicado num site de artigos católicos.

O autor, após um tempo de “experiência” na igreja pentecostal da esposa, retornou resolutamente à verdadeira Fé. E foi a força do Santo Rosário que o trouxe de volta à casa materna.

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Por que devemos rezar o Rosário?

Cesar R. Falcon

Quando eu comecei a ler a Bíblia, sua beleza e o tesouro infinito que trazia me fascinaram. Uma pergunta me vinha à mente: por que a Virgem Maria nos pede que rezemos o terço todos os dias? Por que não ler a bíblia, em vez de rezar o terço?

Minha busca pela verdade

Em certo momento da vida, eu me envolvi com uma seita pentecostal, seguindo minha esposa. As lembranças de infância, entretanto, continuaram a me perseguir.

Os cânticos marianos durante o mês de maio, o terço diário em família, visitas aos lares com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, etc. Como fugir delas?

Tomei todas essas memórias como extravagantes, temendo que tais sentimentos marianos pudessem interferir em minha nova conversão a Cristo e suprimir as obras do Espírito Santo em mim.

Tentei reverter a inclinação mariana que sentia, lendo pilhas de artigos anti-marianos na internet. Cheguei mesmo a comprar um livro que chamava as aparições marianas de satânicas.

Mas, no fundo, sentia-me impotente. Era como se eu me fizesse surdo à aspiração de uma criança por sua Mãe espiritual.

Revisitei, então, alguns textos de Carl Gustav Jung que lera na universidade. A solução proposta por ele era criar o lado feminino de Deus reconstruindo a imagem do Espírito Santo como feminino.

Porém, isso não fazia o menor sentido para mim. Cheirava a idelogia de gênero!

Oração atendida

De todo o coração, rezei a Deus:

“Senhor, não me importa em nada se minha família ou o mundo inteiro vão me rejeitar por causa disso. Se essa devoção mariana é contrária a vossa vontade, peço-Vos tirá-la de mim. Mostrai-me a verdade, Senhor. E eu a aceitarei sem hesitação. Em nome de Jesus. Amém”.

Depois de muita luta, questionando e encontrando respostas para minhas candentes perguntas, um dia estava limpando meu quarto e abri algumas caixas fechadas havia anos.

Abraindo uma das caixas, tirei de dentro uma estampinha com uma imagem da Mãe Maria. Li as palavras: “Jesus disse: ‘Amai a minha Mãe tanto quanto Eu a amo”.

Não posso descrever o impacto dessas poucas palavras. Foram como uma bomba atômica, explodindo todas as minhas ideias anti-marianas. Não tenho dúvida de que era uma mensagem de Deus para mim, uma resposta a minha oração e busca pela verdade sobre a devoção mariana.

Isso se deu em 30 de novembro de 2014, dois anos depois de minha entrada no pentecostalismo em 24 de outubro de 2012. A partir daquele dia, assumi minha devoção mariana com todo o coração.

Deus tem-me concedido abundantes graças a partir da devoção do Santo Rosário. Permitam-me descrever algumas imagens que sempre uso ao falar de sua importância para nossa jornada espiritual.

O Rosário como alimento espiritual

No início, eu anotava minhas reflexões sobre cada mistério em um papel, e lia antes de começar a rezar.

Sentia-me como uma criança segurando uma travessa repleta de comida preparada por minha Mãe. Rezar e meditar cada mistério era como mastigar e digerir a Palavra de Deus.

Lemos no Apocalipse (Ap. 10,9) que São João devorou o pequeno livro, por ordem do Anjo.

Como a Bíblia num cordel

Esta imagem é tirada do Frei Ronan Murphy. Para todo lugar que vou, levo sempre o terço em meu bolso. Quando saio de casa, estou esperando um táxi, ou faço uma caminhada, rezo usando meu pequeno terço.

O Rosário é o melhor meio de voltar nosso coração para Deus em nossas atividades diárias.

Como uma Arma Espiritual

O bispo nigeriano D. Oliver Dashe Doeme testemunhou que, durante o endurecimento das perseguições maometanas na Nigéria, quando grupos como ISIS e Boko Haram atacavam pessoas inocentes, por volta de 3,8 milhões de refugiados estavam sofrendo de desnutrição.

Como que numa visão, Jesus entregou uma espada ao Bispo, e quando este a segurou, ela se transformou num rosário em sua mão.

Esta não é uma imagem nova. Já a lemos na história de São Domingos e de muitos outros santos, mostrando o poder do rosário como uma arma contra as forças ocultas.

Como um álbum de Jesus

Cada um se imagine uma criança, sentada no colo da Mãe, vendo juntas um álbum de fotos de Nosso Senhor. A Mãe do Céu está contando histórias sobre seu Filho – desde a Anunciação até a Paixão, Morte e Ressurreição.

O rosário é como um álbum que nos permite participar daquelas histórias. Um livro que faz germinar essas histórias em nosso coração e em nossa mente.

Como um buquê de flores

No latim, “rosarium” significa jardim de rosas. Como católicos, sempre associamos Nossa Senhora às rosas.

S. Luís de Montfort costumava enfatizar que, cada vez que rezamos o rosário, estamos oferecendo flores a nossa Mãe do Céu. A imagem da flor está carregada do sentido de amor e devoção.

Como a funda de Davi

Lemos no capítulo 17 do livro de Samuel que os israelitas levavam já quarenta dias atemorizados pelo gigante Golias, que os desafiava a um duelo.

Um dia, Davi, um pastor, foi solicitado por seu pai a levar comida a seus irmãos, que integravam o exército do Senhor. Chegando ao campo de batalha, indignou-se ao ver Golias blasfemando contra Deus. “Quem é esse filisteu incircunciso que blasfema contra Deus?”.

Davi voluntariou-se então a lutar contra o gigante. Foi levado diante do rei Saul, que lhe deu armadura e espada; mas Davi recusou, porque eram muito pesadas. Ele tinha mais confiança em Deus do que em qualquer outra coisa.

Para resumir, o menino levou apenas sua funda (de nossa parte, temos o rosário) como arma, e tomou cinco pedras (os cinco mistérios) que encontrou no riacho (a palavra de Deus). O restante está na História.

O Santo Rosário já derrotou muitos Golias ao longo da História. Temos a Batalha de Lepanto em 1571 e muitas outras histórias na vida dos santos.

“Água mole em pedra dura”

Pequenas gotas de água, batendo constantemente por certo período de tempo numa superfície dura, podem destruí-la. Há grande poder na repetição.

Existe uma camada mais profunda da consciência onde a transcendência se manifesta.

Por exemplo, em minha própria experiência. Desde a infância, ouvi muitas vezes a narração da Encarnação, a razão por que celebramos o Natal. Porém, foi na meditação do terceiro mistério gozoso que tal mistério penetrou na minha consciência profunda.

Foi um discernimento explosivo, que deu um profundo sentido ao Natal. Não só o Natal, mas a meditação em outros mistérios – como a Ressurreição, a instituição da Eucaristia e outros – também causou profundo impacto em minha vida.

Foi rezando o rosário que eu compreendi inteiramente o que significava a revelação pessoal de Deus. “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (I Cor. 2,9).

Como uma arma explosiva contra o pecado

Apenas um dos mistérios do rosário, se contemplado com atenção, é capaz de produzir uma profunda mudança no indivíduo; é propriamente uma bomba contra o pecado.

Que mudança genuína não poderia ser produzida com a meditação de todos os mistérios!

S. Luís de Montfort o diz de maneira contundente:

“Quem reza o terço todos os dias nunca se deixará desviar. Esta é uma afirmação que eu, de bom grado, assinaria com meu próprio sangue”.

Um depósito de reflexões

As reflexões que mais me comoveram, o sermão mais convincente, as histórias mais tocantes, os melhores versos bíblicos. Tudo que eu considerava como me chacoalhando mais profundamente, ia depositando no meu ‘diário do terço’.

Nos primeiríssimos dias, quando eu comecei a rezar o Rosário, anotava todas essas reflexões. Hoje, já tenho aquele ‘diário’ guardado na memória.

Por exemplo, lendo o testemunho de Santa Faustina sobre o inferno, conectei tal reflexão com a Agonia no horto no primeiro mistério doloroso.

Fui incorporando assim as melhores reflexões que tinha, mantendo entretanto o cenário bíblico de cada mistério. Como a Virgem Santíssima, que “guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc.2,51).

Como o caminho para a Sabedoria Eterna

Eu amei a sabedoria e a procurei desde minha juventude, esforcei-me por tê-la por esposa e me enamorei de seus encantos” (Sab.8,2).

O Rosário é a contemplação de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Sabedoria Encarnada (I Cor.1,24). Há um abismo de sabedoria divina no Rosário.

Voltando à minha pergunta do início: “Por que a Mãe do Céu não disse aos videntes que lessem a Bíblia todos os dias?”.

Ela o fez. Mas Sua ordem vai mais longe do que meramente ler a Bíblia. Ela está dizendo para a meditarmos, ponderarmos, digerirmos. Como? Rezando o terço todos os dias!

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