“A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”

A Rússia espalhará seus erros pelo mundo
Cardeal Mindzenty, grande resistente aos erros da Rússia

“A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”, advertiu a Virgem Santíssima aos pastorinhos na Cova da Iria, em 13 de julho de 1917. Em pouco tempo, o comunismo tomou conta de uma área imensa. E um número incontável de almas foi subjugado.

O cardeal húngaro Joseph Mindzenty vivenciou de modo dramático o avanço da seita vermelha.

Seu país ficara dez anos sob o domínio nazista. No final da Segunda Guerra Mundial, porém, com a derrota dos nazistas, a Hungria foi invadida pelas tropas comunistas.

Muitos aclamaram os novos “senhores” como libertadores. A realidade, contudo, logo se mostrou bem diferente.

Os “libertadores”

Mindzenty, à época bispo recém sagrado de Veszprém, retornava do cativeiro imposto pelos nazistas. Ao cruzar os limites de sua diocese, pôde logo medir o grau de bondade dos “libertadores”.

Os hospitais da cidade registravam já mais de mil mulheres, de todas as idades, atendidas por causa de violência sexual por parte dos soldados russos. Oitocentas tinham contraído sífilis. E uma parte considerável cometeu suicídio.

Era essa a libertação prometida… Das garras do monstro pardo caíam nas do lobo vermelho!

Os erros da Rússia

O futuro Cardeal, entretanto, não alimentara ilusões. Sabia de que tipo de liberdade o comunismo era portador.

Ouçamos suas judiciosas palavras, perpetuadas em suas “Memórias”[1]:

“Imediatamente após meu primeiro cativeiro durante a ‘ditadura do proletariado’ húngara [1919], estudei cuidadosamente as encíclicas papais e as cartas pastorais que tratavam do assunto.

Depois, aprofundei meus conhecimentos sobre a filosofia materialista, estudando literatura marxista nacional e estrangeira.

Com isso, percebi bem cedo que tipo de inimigo a Igreja estava enfrentando, que tipo de terrorismo iria cair sobre nós.

‘Todo conceito de Deus é uma baixeza indizível, uma expressão abominável de autodesprezo’, escreveu Lenin a Gorki. Lenin admitia com franqueza que a promoção do ateísmo fazia parte do programa dos comunistas.

Assim como combatem a livre iniciativa e a propriedade privada, tentam também reformular a família e o matrimônio em seus próprios termos.

A oposição é sempre liquidada, embora seja verdade que os métodos de perseguição aos cristãos veem mudando em muitos dos seus detalhes desde Nero e de Juliano o Apóstata.

Um dos slogans bolchevistas diz: ‘Nós não tiramos as igrejas do povo, mas o povo das igrejas’”.

Acordo impossível – luta necessária

Ao longo de mais de um século de avanço comunista, nunca faltaram os iludidos. Por mais que vissem com seus próprios olhos a realidade, não se consertavam. Faziam como o avestruz: preferiam não olhar…

Graças a esses iludidos – e quantos deles ocuparam cargos de direção da sociedade! – o Ocidente católico desarmou suas resistências.

“Basta dialogarmos com eles, e eles se converterão”, diziam os entreguistas. Mas a realidade foi sempre outra.

O valoroso cardeal húngaro, pelo contrário, deixou-nos a lição da necessidade da luta:

“Os estudos históricos ensinaram-me que qualquer acordo com tal inimigo vai quase sempre nos jogar nas garras dele.

Eu sempre admirei aqueles que se põem valentemente do lado da Igreja, com a pronta disposição a sacrificar suas próprias vidas se necessário. E com a convicção de que, embora os perseguidores da Igreja se sucedam um ao outro, Ela sempre sobrevive a seus inimigos.

Castelos e fortalezas caem, mas a Igreja, apesar de toda fraqueza humana envolvida, não será nunca destruída. O sangue de mártires tem sido sempre a semente da Igreja, da qual ela surge renovada em direção a sua Páscoa”.

Que Nossa Senhora se digne trazer logo o triunfo de Seu Imaculado Coração, e a conversão tão esperada da Rússia!


[1] MINDSZENTY, József Cardinal. Memoirs. Translated by Richard and Clara Winston. Macmilan Publishing Co.: New York, 1974. P.22-23.

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