Nossa Senhora da Boa Guarda – Longpont

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Da antiga tradição da Basílica de Nossa Senhora da Boa Guarda em Longpont, se conta que um dia, no século III, lenhadores gauleses teriam descoberto, dentro de um carvalho oco, uma estátua de madeira representando uma mulher com uma criança nos braços. Nesta estátua havia uma inscrição em latim que dizia: “Virgini pariturae” (“à Virgem que dará à luz”). Como eram pagãos, os druidas ficaram espantados com essa afirmação de uma mulher que é Virgem e Mãe ao mesmo tempo, então começaram a adorá-la como uma deusa mãe.

Pouco mais tarde, São Dionísio de Paris e seu companheiro Santo Yon, passaram por ali para evangelizar Longpont, e explicaram aos druidas que aquela estátua era na verdade uma imagem da Santíssima Virgem, Mãe de Jesus Cristo, e como se realizara Nela a profecia de Isaias (Is. cap.7).

Santo Yon acabou por lá ficando, encarregado de pregar o Evangelho àquela região. Mas antes de partir para Paris, São Dionísio deixou a eles uma preciosa relíquia, um pedaço do véu que pertencera a Santíssima Virgem. E foi assim que se originou a Basílica de ‘Notre-Dame de Bonne Garde’ em Longpont.

Por causa de uma natural deterioração, a atual imagem já não é a mesma encontrada pelos gauleses. Mas, durante a confecção desta nova, foram postos em seu interior alguns dos antigos fragmentos tanto da original, quanto do véu deixado por São Dionísio.

No ano de 1031, um importante senhor de Longpont mandou que a igreja da cidade fosse substituída por uma nova. Hodierne, esposa desse senhor, era uma mulher muito piedosa, e quis contribuir também com seus esforços pela nova construção.

Apesar de sua alta condição, Hodierne se pôs a carregar baldes de água para os trabalhadores. Como sempre, tal atitude de humildade acaba por gerar inimizades e invejas; por isso, quando a senhora pede a um ferreiro uma barra de ferro para pendurar os baldes que carregava, este, influenciado por sua malvada esposa, lhe entrega, sem que ela perceba, uma barra de ferro em brasa.

Milagrosamente, Hodierne não sofreu nenhuma queimadura. Em memória desse incrível acontecimento, este ferro ainda hoje é preservado no fundo da basílica; Hodierne, o ferreiro e sua esposa ganharam estátuas suas, esculpidas nas paredes da basílica.

Em 1061, Hodierne também é responsável por conseguir de Santo Hugo, abade de Cluny, o envio de 22 monges para fundar um santo mosteiro na cidade.